30 janeiro 2011

Estrela da Manhã

E chega, como se sempre estivesse ali. Alguém já se apercebeu do momento exato? Só sei que chega, conversa marota com a lua... Quer dizer que hoje tu estás a sorrir, hein? Toda de ponta pra cima, Cheshire que o diga! E essa conversa vai até... quatro, cinco horas da manhã. Sem se dar conta, de repente, se foi. A lua ainda fica uns momentos, sem entender, mas o sol, questão de minutos, a esconde e ela não precisa mais pensar no assunto. E, assim, a noite vira dia.


Vênus, estrela d'alva, estrela da manhã, estrela da tarde, estrela do pastor, morningstar (Luciraldo!!!) ... e a lua.

Madrugada

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Sono e falta de sono.

Altas horas...

Dar um tempo também é importante.

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29 janeiro 2011

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26 janeiro 2011

Abismo de almas

Não deixa de ser um tanto de egoísmo o amor. Por que queremos manter para si o que é bom? Por que somos assim tão possessivos? E, mesmo não querendo sê-lo, somos. É difícil simplesmente se abster, viver e deixar viver. Queremos a vida ali, próxima. A planta dentro de casa, o gato de apartamento... Em que momento ultrapassa-se essa linha do amor, tão tênue? E como, simplesmente, ser?

- Olhar uma flor no campo sem o impulso de levá-la consigo;
- A troca de olhares ser, simplesmente, só uma troca de olhares, que causa um calor que aquece... e só;
- Pele e suor misturados e depois separados, sem dor;
- Saudade do que foi bom, sem a necessidade de viver novamente o que passou;
- "São coisas de momento, são chuvas de verão"...



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"O amor é a mais carnal das ilusões. Amar é possuir, escuta. E o que possui quem ama? O corpo? Para o possuir seria preciso tornar nossa a sua matéria, comê-lo, incluí-lo em nós... E essa impossibilidade seria temporária, porque o nosso próprio corpo passa e se transforma, porque nós não possuímos o nosso corpo (possuímos apenas a nossa sensação dele), e porque, uma vez possuído esse corpo amado, tornar-se-ia nosso, deixaria de ser outro, e o amor, por isso, com o desaparecimento do outro ente, desapareceria...

Possuímos a alma? Ouve-me em silêncio: Nós não a possuímos. Nem a nossa alma é nossa sequer. Como, de resto, possuir uma alma? Entre alma e alma há o abismo de serem almas."

(Fernando Pessoa)

25 janeiro 2011

A palavra é...



E a palavra é... "acordo". Acordo. Simplesmente estou sonhando e... acordo. E o poema-miragem se desfaz desconstruído, como se nunca houvera sido: acordo.


A fábrica do poema

(Adriana Calcanhoto e Waly Salomão)

Sonho o poema de arquitetura ideal
Cuja própria nata de cimento
Encaixa palavra por palavra, tornei-me perito em extrair
Faíscas das britas e leite das pedras
Acordo
E o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo
Acordo
O prédio, pedra e cal, esvoaça
Como um leve papel solto à mercê do vento e evola-se
De cinza de um corpo esvaído de qualquer sentido
Acordo, e o poema-miragem se desfaz
Desconstruído como se nunca houvera sido
Acordo!
Os olhos chumbados pelo mingau das almas e os ouvidos moucos
Assim é que saio dos sucessivos sonos
Vão-se os anéis de fumo de ópio
E ficam-me os dedos estarrecidos
Metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
sumidos no sorvedouro
Não deve adiantar grande coisa permanecer à espreita
do topo fantasma da torre de vigia
Nem dormir deveras
Pois a questão chave é:
Sob que máscara retornará o recalcado?

21 janeiro 2011

Voa

Porque o pensamento é mais rápido e atropela palavras, cria outras novas... Pula tudo! E, como estou ociosa, melhor criativizar!

VH - Vai fazer algo hoje?
M - Não tô pensando muito em fazer qualquer coisa. Tem alguma idéia?
VH - Tenho não, mas queria fazer algo.
M - Nossa, bateu uma fome aqui! ... Vamo correr?

"Você liu?"


Entre-sonhos


Sonhos e mais sonhos. Estou cheia de sonhos enquanto durmo. Uns bobos, acordo sorrindo... É bom acordar sorrindo, como quando se tem cócegas ou um arrepio gostoso. E eu sei lá, poderia viver neles, entre-sonhos, perdida no Glamour, onde um corpo não significa necessariamente uma pessoa, mas apenas uma lembrança dela. O mesmo corpo, uma pessoa completamente diferente. Déjà vu, premonições... E as coisas vão se concretizando. A imagem é essa:

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Ela e ele estão sentados em cadeiras de madeira, lado a lado. Eles olham um álbum de fotografias, cheio de fotos deles dois. Alguém está ao longe, tirando fotos desse momento deles. Ele olha para ela e diz:

- Um dia você vai esquecer tudo isso...

Ela fica sem entender. Como, esquecer?
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E então um novo dia começa.

Bonjour!

Endal 1 1/2



Conversamos e conversamos...
um monólogo.
Então eu comecei suave, mas ele...
não quis conversa.
Esperneou, estribuchou...
Espumava ele,
chorava eu,
sofriam os dois.

Depois de 1 hora de luta, consegui;
mais da metade ele espumou fora.
Dizem que eles são vingativos, mas...
ainda bem que ele não me odeia
e eu nunca mais quero ter que fazer isso!
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19 janeiro 2011

Retourné

Eu ainda sou aquela que escrevia e pensava o que já escreveu antes? O pensamento mudou? Sei que, depois que se para por um tempo, fica difícil retomar o que era quase um hábito, mas... mais difícil ainda é se nunca recomeçar. Então... "comece pelo início e, quando chegar ao fim, pare".

Porra de BBB...


Meneia a cabeça dizendo que não,
"- Não sou perigoso."
É a mentira lavada e escorrida;
um prato de macarrão
Quem engole num "slurp"?
Moi...

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NOTA ***
Nossa, foram várias tentativas... espero que aqui dê certo. Inclusive descobri que esse já existia! Eu já havia criado anos atrás, mas nunca usei. Então... só pra (re)começar. Existem alguns posts perdidos de anos atrás num lugar que fui obrigada a abandonar. Parece que sempre chega um momento em que a coisa para de funcionar, mas os posts e comentários continuam lá. Visitei e salvei alguns esses dias. Muita coisa boba, umas coisas boas, comentários épicos, enfim: um começo no tempo em que foi. Agora são outros tempos. (http://honeymoonchan.blig.ig.com.br/)